quarta-feira, 24 de abril de 2013

LIDERANÇA PESSOAL - O PODER DO ELOGIO




 

Todos nós conhecemos histórias daquelas pessoas que elogiam para depois pedir algo em troca ou, pior, elogiam sem ter nada para elogiar: os bajuladores. Nunca se esqueça que não tem o monopólio da inteligência e da esperteza e que as pessoas sentem quando estão a ser enganadas.
  Fazendo esta ressalva, vou falar do genuíno elogio.
  Mas porque é que o elogio funciona? Como sabe, todos nós, uns mais do que outros temos necessidade de reconhecimento; gostamos e sentimo-nos bem quando os outros apreciam o que julgamos estar a ser um trabalho bem feito. É óbvio que não defendo que as pessoas trabalham bem só para serem elogiadas. Isso seria pouco sério e simplista, pois estaria a descurar um aspeto fundamental da natureza humana que é a consciência profissional. No entanto, o elogio é mais um elemento que contribui para a satisfação pessoal independentemente de fazermos as coisas bem-feitas mesmo que não nos elogiem.
  Tenho reparado ao longo da minha vida que o ser humano perde pouco tempo com elogios. Com excepção das alturas em que se assiste a espetáculos ao vivo (teatros, concertos, etc.), é raro vermos pessoas a elogiar. Você poderá dizer que as pessoas fazerem as coisas bem-feitas faz parte do contrato que têm com os empregadores. Aí, deixe-me argumentar que os atores e cantores também recebem dinheiro pelo que fazem e, no entanto, você bate palmas quando gosta.
  Não lhe estou a recomendar que quando vai a algum lado e é bem atendido que bata palmas; nem sequer que o faça quando algum colaborador seu fizer algo que mereça um reconhecimento especial. Se o fizer, ao contrário de atingir o seu objetivo, conseguirá que ponham a sua sanidade mental em causa. Estou-lhe a recomendar, isso sim, que não seja «forreta» nos elogios; se alguém faz algo que realmente se destaca da média, elogie sinceramente e, preferencialmente, em público (na presença de colegas por exemplo).
  Ao elogiar um colaborador ou colega seu que faça um bom trabalho, está a contribuir para a sua felicidade. Mas se isso não lhe chega, está ainda a contribuir para que a probabilidade de isso voltar a ocorrer no futuro aumente.
  Ao elogiar o desempenho de alguém de alguma organização da qual seja cliente, está também a contribuir para o seu bem-estar presente e, se se der ao trabalho de escrever uma carta a mencionar o episódio, talvez, quem sabe, para o seu bem-estar futuro, na figura de um bónus, aumento salarial ou promoção. Se isto fosse feito por todos, a qualidade dos serviços aumentaria, por certo.



   Jorge Neves

  

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