quarta-feira, 10 de abril de 2013

GESTÃO E LIDRANÇA - OS DUROS CHEGAM SEMPRE NA FRENTE





 

Será que os chefes duros conseguem mais dos seus colaboradores? É claro que muitas vezes conseguem resultados a curto prazo - mas será que ajudam uma empresa a vencer no longo prazo?

Mas que pergunta armadilhada!

  Armadilhada porque o modo como se define a dureza é bastante importante para a resposta.
  Vejamos, dureza é uma palavra com múltiplas camadas que está aberta à discussão. Mas não pode haver grande discussão sobre o facto de que quem tem um desempenho melhor e melhores resultados têm tendência para se preocupar e queixar muito menos dos chefes "duros" do que quem batalha para cumprir espectativas. Até isto pode parecer duro, mas é verdade.

  Primeiro, vou então falar do significado da palavra dureza.

  Sem dúvida, existem chefes duros que não são mais do que idiotas mandões e cegos pelo poder, e não é fácil trabalhar com eles. Pressionam com frieza os seus colaboradores, colhem os louros quando as coisas correm bem, apontam o dedo quando correm mal e, geralmente, são muito sovinas em relação a elogios e recompensas. Também conseguem ser temperamentais, facciosos, manipuladores, dissimulados ou simplesmente maldosos, ou tudo isto junto. Mas como disse, por vezes estes chefes duros conquistam bons resultados. Mas raramente durante muito tempo. Em qualquer empresa, são demitidos ou autodestroem-se, o que acontecer primeiro.
  Mas os chefes posicionam-se ao longo de uma escala e os tipos de chefe duros destrutivos, que acabei de descrever, estão num extremo afastado. Na outra ponta - sendo igualmente prejudicial para e empresa - está o tipo "Estão todos felizes? Sim , pode ser agradável trabalhar para eles - ser pago nunca foi tão fácil! - mas a sua falta de determinação traduz-se geralmente em resultados medíocres. Porquê? Existem, pelo menos, três pecados básicos: estes chefes "simpáticos" tratam toda a gente com a mesma cobardia dócil e terna; justificam os insucessos sem medir as consequências, e mudam de direção de acordo com as necessidades e os desejos da última pessoa que esteve no seu escritório. Resumindo, não são capazes de arriscar!
  Algures entre os dois extremos - e provavelmente muito mais perto do lado duro do que do lado suave - estão os chefes que definem o conceito de dureza de um modo correto e, por isso, conseguem desempenhos fortes e duradouros dos seus colaboradores. Não é exagerado dizer que este tipo de chefe é na realidade, o herói dos negócios e não o vilão. Podem não fazer com que todos se sintam extremamente felizes, mas os seus bons resultados criam segurança no emprego para os colaboradores com bom desempenho valor para os acionistas e um ambiente de trabalho saudável e justo, onde as pessoas e a empresa prosperam. O que mais se poderá desejar?
  Para este tipo de chefe, dureza significa mentalidade  dura. Eles estabelecem objetivos claros e desafiantes. Associam esses objetivos a expectativas de desempenho específico. Fazem, com frequência, análises de desempenho rigorosas; recompensam os resultados em conformidade, sendo os maiores elogios e bónus mais elevados destinados a quem contribuiu de forma mais eficaz e, proporcionalmente, estabelecem as compensações descendo na escala, acabando com nada para os desistentes. Eles são inflexivelmente francos, relembrando a toda a gente qual o seu lugar e informando-os de como vai o negócio. Todos os dias, os chefes bons e duros pedem mais das pessoas. Exigem muito e esperam obter o que pediram.
  Isso torna mais difícil trabalhar com eles? Claro que sim! Mas é aqui que o desempenho individual entra em ação. Se estiver à altura do desafio, trabalhar para um chefe duro pode transmitir-lhe uma energia incrível, visto que irá ter sucesso de um modo que nunca pensou que conseguisse. Mas se um chefe duro aumentar os níveis de exigência até um ponto para além das suas expectativas, então com certeza, vai adiar a experiência. E graças à natureza humana, é provável que não se culpe a si próprio -culpará o chefe "duro".

  Devemos ter bem presente que existem bons e maus chefes duros, e quem é o quê depende muitas vezes dos olhos de quem opina.

  Estou a falar de chefes duros mas justos, que exigem bastante mas recompensam em igual medida, e que lhe dizem o que têm a dizer de uma forma direta.
 Aqueles que têm fracos desempenhos desejam que estes chefes desapareçam.

  Quem quer vencer, procura-os



  Jorge Neves

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