Aprendi que sou responsável por lidar com os meus problemas. Esta compreensão contribuiu diretamente para o meu sucesso profissional e também na vida pessoal. Demasiadas vezes, sentimos e esperamos que os outros resolvam os nossos problemas.
O grande erro em esperar que outros resolvam os seus problemas reside no facto de aquilo que considera ser um problema não o ser para outro. Os nossos problemas serão reais se os sentirmos como tal e que a nossa responsabilidade de os solucionar é também real. É surpreendente observar como tantas pessoas com problemas verdadeiramente sérios não os assumem. Não entendem que precisamos de os compreender e do os confrontar para podermos seguir em frente com a nossa vida.
Por vezes, os nossos problemas são feridas disfarçadas. São como pacotes-surpresa: quando os desembrulhamos e vemos o que está lá dentro, aprendemos algo de novo e, a partir daí, é possível começar a construir alguma coisa. Tente encarar os seus problemas como amigos que o irão conduzir até ao próximo desfio, um desafio que o fará voar.
Quando sabe qual é o seu problema ou desafio e aceitou a responsabilidade de fazer algo em relação a ele, a questão que se coloca é a seguinte: "O que quero fazer em relação a isso?". Dispõe de três opções:
1. Tome uma atitude de imediato. Ataque o problema. Use as ferramentas à sua disposição e descubra a solução.
2. Enterre-o
Se escolher esta opção, precisa definir a data em que irá pegar nele novamente. Se decidir não lidar com um problema, este manter-se-á no seu subconsciente, local onde continua a incomodá-lo. Ao trabalhar nele a um nível consciente, liberta o subconsciente, pelo facto de ter trazido por palavras as suas dificuldades e definido o seu problema. Ao contrário do que muitos acreditam, podemos controlar o nosso pensamento. Quando analisa um problema ativamente, está na verdade a exercer controlo sobre os seus pensamentos, o que é uma forma segura de se ajudar a si mesmo.
3. Mande o problema embora se este pertencer a outra pessoa.
Muitas vezes, descobrimos que andamos a transportar o problema de outros. Isto pode acontecer quando assume a responsabilidade pela vida de alguém, o que é território proibido. Talvez tenha aconselhado um amigo ou familiar que depois decide não seguir as suas indicações. Poderá sentir-se responsável por essa pessoa e despender muito tempo e energia preocupado com o facto de ele ou ela terem decidido fazer as coisas de maneira diferente. Isto, contudo, não é na verdade uma questão da sua responsabilidade. Quando dá opiniões, os recetores têm o direito de escolher o que fazer; em última análise, são responsáveis pelas suas vidas. Não sabe necessariamente o que é melhor para alguém. O melhor que pode fazer é colocar perguntas, mas o fardo de lhes responder não é seu.
É preciso ter cuidado para evitar pensar que sei a resposta para todos os problemas. Faço perguntas a partir de todos os ângulos possíveis até que os outros descubram as suas próprias respostas.
Por vezes, enquanto tentamos resolver os nossos problemas, colocamos questões como "porque é que tenho de lidar com isto?". Este é um exercício inútil até nos questionarmos sobre o seguinte: "Como é que vou lidar com isto?". Quando deixa de se concentrar na razão de ter problemas e assume a responsabilidade de os sentir, definir e solucionar, poderá precisar da ajuda de outros.
Todos precisamos de bons conselheiros e de parceiros para conversar, por vezes exteriores ao nosso círculo imediato de família e amigos. No entanto, é importante que nunca passa o seu poder de tomada de decisão para outrem.
Jorge Neves
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