Qualquer que seja a forma como o define, o amor é um oásis infinito dentro de nós. A ânsia e o desejo por amor nunca morrem. Ele está sempre à espera que penetremos nas camadas que o tentam suavizar. Temos a capacidade de dar e receber amor, um luxo de que podemos desfrutar ao longo de toda a nossa vida, se assim o escolhermos.
Podemos alcançar grandes feitos quando sentimos amor no nosso coração. Como um raio laser que penetra onde mais nada consegue, podemos alcançar o "impossível" com o amor a guiar-nos. Podemos fazer as pazes e aqueles que amamos, se sintam seguros. Onde há amor, tudo é possível e as coisas boas podem acontecer a nós e á nossa volta.
Quando andamos envolvidos num manto de angústia, de medo e de agressividade, libertamos energia negativa e iremos obter apenas resultados negativos. O nosso negativismo é visível aos outros, quer queiramos quer não. Por isso, muitas vezes é preferível que fiquemos em casa, na cama, embrulhados no cobertor. Dessa forma, não só nos protegemos, como protegemos aqueles que sentem os efeitos do nosso negativismo, direta ou indiretamente. Tente sair de casa e fazer negócios quando está nesse estado -simplesmente não terá bons resultados.
Alcançar algo na vida não diz respeito apenas ao que faz, mas também aquilo que é, a sua personalidade e o seu estado de espírito enquanto "faz". Quando sente paz e amor dentro de si, arranja espaço para os outros "serem". Poderá também querer voltar a analisar a sua constante necessidade de "realização".
Talvez possamos servir de catalisadores e revelar o melhor daqueles que nos rodeiam. Existe algo em nós que nem sempre pode ser definido, algo positivo, mas invisível, que emana do nosso corpo. Este "algo" pode criar uma atmosfera afetuosa que faz acontecer coisas que normalmente não acontecem. Neste ambiente acontecem milagres.
Quando estamos cheio de amor, temos poder e força. Se não estivermos em contacto com o amor que existe dentro de nós, podemos sentir-nos impotentes.
Pôr o amor em primeiro lugar implica tentar um mundo melhor. A partir do momento em que escolhemos eliminar o negativismo e concentrarmo-nos no amor, o resto da nossa vida organiza-se. Isto não quer dizer qua a vida não terá a sua quota de dificuldades e de dor; mas o amor, no seu verdadeiro sentido, é mais poderoso do que o sofrimento. Encontrar espaço para o amor é um processo contínuo, que exige que confrontemos e que combatamos o nosso negativismo repetidamente, de modo a redescobri-lo. Um amigo meu sempre dizia que combater o negativismo é como que "limpar o celeiro todos os dias".
O que é o amor? A questão tem sido estudada de ângulos tão diversos, que há tantas respostas como pessoas. Para mim o amor é a aceitação incondicional, que é como eu sinto o amor.
Muitas vezes confundimos amor com controlo. Muitas crianças interpretam o que os pais dizem como "Amo-te se tiveres boas notas na escola, se te portares bem e fizeres o que eu te digo; senão, não te posso amar".
Muitos de nós crescemos a sentir que temos de ganhar o amor, satisfazendo expectativas e obrigações. Isso não é amor, é controlo. Pelo contrário, os pais Emocionalmente Inteligentes poderão dizer: "És meu filho e irei sempre amar-te, faças o que fizeres. Posso nem sempre gostar do que fazes, mas amo-te.
Todos ansiamos por amor. depois das necessidades básicas da vida, queremos o amor mais do que qualquer outra coisa. Por que razão então, pode você perguntar, o amor não aparece em primeiro lugar na nossa lista de prioridades? Se o amor é essencial à nossa existência, como podemos perdê-lo de vista? Temos uma infinita, embora talvez desconhecida e ainda não liberta capacidade de amar. Está na criança que ainda vive dentro de cada um de nós. O nosso desafio é entrar em contacto com esse amor e não o poderemos fazer até conseguirmos remover os obstáculos que nos bloqueiam.
Muitas pessoas dizem que, acima de tudo, querem paz de espírito. Mas uma coisa eu sei: só conseguimos alcançar paz de espírito se fizermos do amor a nossa principal prioridade.
A paranoia, a confusão e a loucura resultam de não abandonarmos o medo e a zanga. Alcançamos a paz de espírito quando escolhemos o amor, em vez de nos agarrarmos às emoções negativas. O amor dentro de nós não morre, mas pode parecer que desaparece por detrás da dor. Camadas de medo e zanga cobrem o nosso amor e paralisam-nos, transformando-nos em indivíduos antagónicos. Se não estivermos em contacto com o amor dentro de nós, as nossas ações podem tornar-se irracionais e pouco sensatas.
Não pode haver sabedoria sem amor - mais uma razão para ser tão importante estabelecer como objetivo prioritário a assimilação nas nossa emoções negativas , sentindo-as completamente, para que possamos voltar a encontrar o caminho para o amor. Amor é paz; abandonar o amor é sofrimento.
O nosso maior inimigo não está á nossa volta: vive dentro de nós.
Precisamos de deixar de estar zangados connosco.
Um dia o meu negativismo era tanto que pensei que me ia agredir até morrer. Desde então, descobri lidar comigo com amor e gentileza, mas demorou algum tempo a perceber como. Tratar-me mal nunca me fez sentir melhor, só pior. Depois de me deixar ir a baixo, tinha menos para dar aos outros. Agora, o meu objetivo diário é amar e as coisas parecem ter voltado ao seu lugar.
O amor na sua forma mais pura é incondicional. Merece ser amado agora e para sempre, tal como é neste preciso momento. Á medida que avançamos na vida, descobrimos que só recebemos amor quando damos. Muitas vezes, recebemos amor sem termos consciência. Pense em como nos sentiríamos abençoados se pudéssemos relacionar-nos com as pessoas de uma forma que nos tornasse conscientes do seu amor e do nosso! Lembre-se do que estamos a perder quando não temos essa consciência.
A consciência do amor remove o véu do negativismo com que nos cobrimos. Os sentimentos negativos não são errados, apenas existem. Isto coloca-nos numa posição de libertação caso os assimilemos, sentindo-os. Sentimentos passivos, não assimilados, encobrem a sabedoria que há dentro de nós. Precisamos de remover o véu para vermos de uma forma mais lúcida e vivermos de um modo mais positivo. Sem entraves, o amor torna-se um relacionamento intuitivo com a voz interior de cada um. Esta relação saudável produz sentimentos positivos e gratificantes: aceitação, compaixão,gentileza,generozidade, abertura e paz de espírito.
Não respeitar a nossa voz interior provoca simultaneamente uma dolorosa perda de amor e de orientação.
O nosso conhecimento interior está intimamente ligado à capacidade de nos amarmos e àqueles que nos rodeiam. É essencial aprendermos a confiar no nosso "eu" interior como guia para uma vida com mais amor.
Quando aprendemos a concentrar-nos no amor, embarcamos numa viagem fabulosa, da dor à paz interior. Infelizmente, a maioria tem de experimentar uma quantidade considerável de dor antes de poder iniciar viagem.
Sentir na totalidade as emoções pode ser doloroso mas, cada vez que se atreve a senti-las completamente, avança. Quando queimamos os sentimentos que nos estavam a reter, deixamos de ter problemas emocionais. Sentir emoções dolorosas é muito difícil: não queremos dor, queremos alegria, paz, e amor, mas estes sentimentos não aparecem sem que sinta e assimile todos os seus sentimentos negativos.
Todos possuímos múltiplas camadas de nuvens cinzentas. Quando as atravessamos, sentindo completamente e compreendendo as informações que os nossos sentimentos nos dão, encontramos o céu azul. Quando novas nuvens cinzentas aparecem, repetimos o exercício, tendo aprendido que a recompensa é a felicidade pacífica, pensamentos mais perspicazes e contacto com a nossa voz interior, o nosso líder que nos guia.
Como todos os nossos pensamentos afetam diretamente o mundo à nossa volta, podemos compreender com facilidade que os nossos pensamentos negativos criam resultados negativos. Do mesmo modo, pensamentos positivos e afetuosos geram efeitos positivos. É reconfortante saber que temos o poder de espalhar sementes positivas ou negativas. As ervas daninhas crescem com grande rapidez. É importante eliminá-las, escolhendo o amor e o pensamento positivo como os nossos objetivos mais importantes.
Não há nada de errado com as ervas daninhas, mas podem abafar plantas mais "nutridas" que poderiam crescer fortes e saudáveis na sua ausência. Não podemos ser preguiçosos e ignorar as ocasionais ervas daninhas que surgem de repente; podem crescer tão altas e fortes que não sobra espaço para as roseiras. O meu "jardim" esteve uma vez nessas condições, mas através do trabalho árduo criei espaço para flores mais bonitas. Só preciso de me lembrar de as tirar periodicamente. Vejo-me livre das minhas ervas daninhas mentais escrevendo-as para mim, sentindo-as ao mesmo tempo. Deste modo, arranjo espaço para mais plantas bonitas - amor e pensamentos positivos.
Jorge Neves
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