sábado, 30 de novembro de 2013

EMPREGO E CARREIRA - COMEÇAR PELA AUTO-CONFIANÇA





   Se você é um jovem acabado de concluir os estudos, cheio de ambição, ideias criativas, com um desejo ardente de conquistar muitas coisas boas na sua vida, mas, eis que há uma coisa que o faz hesitar: "O medo de fazer asneira." 

  Como se pode superar esta dificuldade e ganhar alguma coragem?

  Não precisa exactamente de "coragem"- precisa de auto-confiança. Sem ela não vai a lado nenhum, mas isso você já deve saber.
  Apenas você sabe porquê e como a auto-confiança o iludiu até agora. Talvez não tenha nascido com muita, já que, ao que parece também é uma questão de genética. Mas, indiscutivelmente, a auto-confiança é uma característica que pode ser desenvolvida. Alguns recebem-na no colo da mãe, onde ouvem pela primeira vez a feliz notícia de que todos os seus comentários brilhantes o qualificam para o prémio Nobel, ou que são mais altos, mais inteligentes e certamente mais bonitos do que todas outras crianças do bairro. Outros ganham-na com as boas notas que os distinguem, ou no desporto na escola, quer marquem golos ou sejam capitães. Mas não existem regras onde começa a auto-confiança. Conheci um jovem empreendedor de 32 anos que ganhou auto-confiança ao ver o pai a lutar para iniciar uma pequena empresa do ramo alimentar. Hoje, este jovem corajoso, tendo terminado a sua licenciatura, está a meio do processo de iniciar a sua própria empresa internacional de tecnologia e não vê limites para o futuro.
  Também conheci um gestor de uma grande empresas Agro-Alimentar que conquistou a sua primeira grande dose de auto-confiança na adolescência, quando aprendeu a manobrar um pequeno tractor agrícola e a cultivar um pedaço de terra que tinha junto à casa dos seus pais lá na aldeia. "Depois disso", contou-me, " pensava que podia fazer tudo."
  Podia? Claro que não. Durante a sua longa carreira, de certeza que este gestor do ramo Agro-Alimentar fez muitas vezes asneiras. Ele iniciou uma empresa de comunicação no último ano da universidade, desenvolveu-a até ter cerca de cinquenta colaboradores e dois milhões de euros em vendas; perdeu-a numa batalha legal dolorosa e prolongado com um antigo sócio. Anos mais tarde tentou iniciar uma empresa  de distribuição, que sobreviveu seis meses. Mas se esses incidentes geraram medo, o profundo reservatório de auto-confiança deste empreendedor ultrapassou todos os receios.
  Precisa começar a criar um reservatório desse tipo para si, mesmo que tenha de ser a partir do nada. 
  Como? Não com planos grandiosos engendrados para catapultá-lo para a fama e a fortuna e para reprimir, de uma vez por todas, o seu medo de falhar. Muitos acreditam que um grande sucesso público resolverá os seus problemas de auto-confiança para sempre.
  Isso apenas acontece nos filmes.
  Na vida real, é a estratégia oposta que funciona. Chamemos-lhe "abordagem pequenas vitórias".
  Para começar, estabeleça um objectivo realista, seja no trabalho ou em casa. Mantenha esse objectivo alcançável e controlado; não estique demasiado as expectativas em relação a si próprio logo na primeira vez.
  Depois atinja esse objectivo e sinta-se bem. Deve fazê-lo. 
  A seguir, estabeleça um objectivo ligeiramente maior, algo de certo modo mais arrojado que seja um desafio suficiente para colocá-lo ligeiramente fora da sua zona de conforto. Atinja esse objectivo e sinta-se melhor ainda. E assim em diante, até estar numa marcha lenta e constante para a frente, construindo auto-confiança passa a passo. E esta desenvolver-se-á. 
  Há cerca de 30 anos fiz o meu primeiro discurso em público numa Conferência de Vendas na empresa onde trabalhei. Foi um acontecimento estranho, que estimulava em mim algum pânico.
  Acreditem que treinei fortemente em frente ao espelho durante semanas, na esperança de não gaguejar.
  O discurso durou apenas 10 minutos; contudo; foram (alegadamente) os mais longos alguma vez vividos.
  Não há nada mais eficaz de que enfrentar um desafio progressivamente, crescendo e aprendendo em todas as  vezes. Depois de eu ter feito discursos durante vários anos para variados tipos de audiências, hoje responder a perguntas sem anotações, à frente de muitas pessoas, é já para mim o oposto do pânico; é divertido. 
  Mas, sem dúvida, irá fazer asneiras pelo caminho à medida que tenta desenvolver a sua auto-confiança. Nenhum dos discursos que eu fiz foi melhor do que o anterior e ainda levou muito tempo até sentir-me confortável a falar em público. Mas quando a sua pequena vitória afinal for uma pequena derrota, não volte a um estado de medo. Mergulhe dentro desse reservatório, tente compreender o que se passou de errado, estabeleça outro objectivo e comece de novo.
 O processo nunca terá verdadeiramente um fim. À medida que o tempo avança, os seus objectivos serão cada vez maiores. E o insucesso, que também acontecerá ocasionalmente, parecerá cada vez menos algo a recear.
  Com o tempo, descobrirá que o insucesso apenas lhe ensina algo que precisava de saber - assim, pode reorganizar-se e desafiar-se de novo, cada vez com mais...coragem.



Jorge Neves

  

  

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