terça-feira, 5 de novembro de 2013

GESTÃO E LIDERANÇA - QUANDO CORTAR O CORDÃO








  «O nosso grande problema é o Albino, um dos gerentes que acabou de arruinar um grande projecto e não entende os prejuízos que causou. O meu instinto diz-me que o Albino deve ser despedido, mas a sua ausência pelo menos no início, irá afectar-nos. O Albino é um especialista técnico que está connosco desde o início. Porém, o seu mau estilo de gestão e alguma ausência de valores bem como a sua agenda dupla, atingiram um ponto insustentável. O Albino acredita que a década que passou ao serviço da empresa e a sua "lealdade" o protegem. É de concordar até certo ponto, mas é lícito que o desempenho seja mais importante. O que deve ser feito?»
  Era assim que há dias uma amiga minha numa conversa de café, desabafava comigo.

  As empresas pequenas ficam numa situação injusta quando se trata de despedir alguém. As grandes empresas podem adiar o processo durante muito tempo; existem outros colaboradores para encobrir os seus erros. E quando alguém com um desempenho fraco é finalmente convidado a sair da grande empresa, ele ou ela pode geralmente sair por uma porta lateral sem deixar nenhum trauma ao indivíduo, organização ou trabalho.
  Em empresas pequenas, pelo contrário, os erros dos profissionais com mau desempenho atingem normalmente de forma forte e rápida o limite do aceitável.
  E, de igual modo, quando chega a altura de os despedir, há algo que torna a situação bastante pessoal. Um despedimento pode parecer uma morte na família. Já para não falar no impacto que terá no trabalho. Mesmo se o colaborador despedido era mais mau do que bom, o seu afastamento pode afectar significativamente as operações, sem falar nas relações com os clientes.
  Mas como se consegue perceber que o Albino com a sua responsabilidade de gerência, mesmo que leal e com algumas provas dadas, mas que não vive a missão e os valores da empresa deve sair?
  Existem apenas quatro tipos de gestores no mundo, classificados pelo seu nível de desempenho - isto é, de conquista de resultados - e pelo modo como demonstram valores importantes como a franqueza e resposta aos clientes.Quando os gestores têm grandes resultados e aceitam os bons valores, é fácil. Devem ser elogiados e recompensados em todas as oportunidades. Gestores com maus resultados mas bons valores merecem outra oportunidade, talvez noutro cargo dentro da organização. O terceiro tipo de gestor, com bons resultados e maus valores, é o tipo que geralmente destrói organizações. Ele cumpre o trabalho mas, regra geral, à custa de outros. Frequentemente, as empresas mantêm estes idiotas durante demasiado tempo, destruindo a moral e a confiança.
  O Albino é o tipo de gestor com o qual é mais fácil lidar. Ele tem um fraco desempenho e valores fracos. Tem uma agenda dupla. Não só estraga projectos importantes como também tira proveitos próprios enquanto faz jogos duplos. É "leal" diz ele. Não parece que seja assim.
  O jogo acabou. Pode sentir falta dos conhecimentos do Albino até encontrar um substituto, mas, quando finalmente tiver coragem de cortar o "cordão", vai pensar porque que é não o fez mais cedo.

  O quarto tipo de gestores, são aqueles que geralmente cumprem objectivos mas à custa dos outros. Estes destroem a moral e a confiança.

  Digamos que o Albino é um misto do tipo três e Quatro.


  Jorge Neves




  


  

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