quinta-feira, 14 de novembro de 2013

GESTÃO E LIDERANÇA - OS LIMITES DA FRANQUEZA - OU NÃO






  Quando iniciei a minha vida profissional e assumi o cargo pela coordenação e orientação de equipas de vendas, acreditando profundamente no uso da franqueza, tinha medo de usá-la uma vez que nessa altura a maioria dos colaboradores tinham quase o dobro da minha idade.
  Senti-me de facto desconfortável ao usar a franqueza com quem quase parecia ser meu pai, mas também tinha a certeza que os "velhos" detestam  o uso da gíria, da ambiguidade e da linguagem evasiva. Aliás tendo eles sofrido com tudo isto durante décadas, é de esperar que aplaudissem o meu esforço por ser directo, especialmente depois de ter desaparecido o choque do primeiro impacto.
  Choque porque, sem dúvida houve um período duro de adaptação quando comecei a falar directa e honestamente sobre o desempenho e resultados. A maioria independentemente da idade - não estava habituada. Mas tive de usar a franqueza de qualquer forma. No final a franqueza funciona sempre e torna sempre o trabalho melhor. Quando se prescinde de mensagens ambíguas e de avaliações de desempenho dissimuladas, uma equipa torna-se sempre mais rápida, mais criativa e mais enérgica. E, honestamente a franqueza é uma função de todos. Quando nos tornamos lideres de equipas de vendas, é nossa obrigação dizer a todos os que trabalham connosco e a cada um em particular, de como se encontram na organização. É assim que se constrói a melhor equipa e a que vence.
  Esta questão do uso da franqueza não é de todo invulgar. Já ouvimos todas as desculpas possíveis para não se  ser franco; vai por exemplo contra a cortesia, o igualitarismo, hierarquização e até a politização dentro das empresas, só para mencionar estas. Mas a questão da idade é de longe a razão mais comum para o desconforto.
  Esqueça-a. Alguns  "Cotas" podem, a princípio, estar contra, mas os realmente bons estão à muito mais tempo do que  se pensa, à espera que chegasse a conversa sem rodeios.


  Jorge Neves

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