Uma pergunta frequente que é feita por muitos gestores é: «Porque é que obtenho tão bons resultados com o António e tão maus com o silva?» A resposta pode ser tão simples como: «Porque você os trata da mesma forma e eles são pessoas totalmente diferentes.»
Um dos imperativos de qualquer pessoa com funções de liderança, é reconhecer as diferenças nas pessoas que lidera e conseguir escolher a melhor forma de agir com cada uma, tendo em consideração essas diferenças.
Deixe-me dar-lhe um exemplo da forma como os pais tratam os filhos. Por mais que se queira ser «igual» no tratamento que se dá aos filhos, você, sabe que isso é completamente impossível. Os pais lidam com cada um em função das suas caracteristicas pessoais; uns são mais responsáveis, outros mais irreverentes; uns são mais meigos, outros mais impacientes; uns mais refilões, outros mais independentes. Assim, por mais que se queira ser uniforme no relacionamento, você sabe que isso é impossível.
Até aqui, falei de características de personalidade, que são mais ou menos estáveis, a partir de uma certa idade, mas há, outra variável que condiciona muito a forma como se lida com eles: a idade. Como, por certo, concordará, não nos relacionamos da mesma forma com uma criança de cinco anos, com um adolescente de quinze, ou com um homem de vinte anos. Enquanto a criança de cinco anos precisa de ser constantemente vigiada e dirigida, um adolescente requer uma abordagem mais «compreensiva» e um adulto uma, praticamente, não interferência.
O que é que varia com a idade? A maturidade, claro. Por maturidade, entende-se o grau em que uma pessoa é capaz de, sozinha, fazer as escolhas relacionadas com a sua vida, estando perfeitamente consciente das consequências que daí lhe advêm. Para fazer as escolhas correctas é necessário ter conhecimentos sobre a vida., bem como a experiência necessária, factores estes que se vão acumulando durantea fase de crescimento e desenvolvimento psicológico.
Um dos problemas que costuma ser comum a muitos pais é a incapacidade para entender que os seus «pequenos filhos» crescem, com todas as discussões que advêm pela grande tendência de interferir mais do que o desejado na vida dos seus filhos.
Poder-me-á perguntar, o que têm a ver os filhos com as pessoas que voçê lidera. Simples, o processo que se lhe deve aplicar é idêntico. Os seus colaboradores também têm características que os diferenciam e, no que respeita às tarefas que executam, também vão ficando mais experientes, até ao limite de as dominarem completamente, ou seja, vão ficando mais maduros. Concluo portanto que temos de liderar os nossos colaboradores, em função daquilo que eles exatamente são e conseguem vir a fazer.
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