A motivação é um tema muito caro, nos nossos dias, quando se fala de organizações e na sua gestão. Mas o que é, efectivamente, motivação
Procurando defini-la de uma forma simples, diria que a motivação é uma força interna que nos impele a fazer algo (ou não fazer) para satisfazer uma necessidade. Por exemplo, se sentimos sede, o nosso organismo fica em tensão por necessidade de água e, logo, procuramos fazer algo que reduza esse mal estar, ou seja, bebemos. Depois de saciada a sede, deixamos de estar motivados para beber, uma vez que já não sentimos necessidade.
Para efeitos de sistematização, podemos «arrumar» as necessidades em várias classes: por um lado temos as necessidades básicas (comer, beber,dormir,sexo) que são comuns à generalidade dos animais, por outro, aquelas que são características do animal Homem que, segundo alguns autores, se podem resumir a necessidade de dar e receber afecto,necessidade de ser respeitado e necessidade de realização.
Quase tudo o que fazemos deriva do processo motivacional, ou seja, sempre que fazemos algo, fazemo-lo para satisfazer alguma necessidade. Isto é óbvio, estará você a pensar. No entanto, tem que se lhe diga. Veja, se assim é, significa que o ser humano é essencialmente egoísta, ou seja, só faz aquilo que lhe satisfaz necessidades ou, por outras palavras, que contribui para a sua felicidade. Eu sei que isto é polémico, em especial para todos aqueles que se consideram «almas caridosas» e que gostam muito de « fazer o bem sem olhar a quem» Muitas dessas pessoas já se têm virado para mim, perguntando-me, « então ajudar os outros é egoísmo? Fazer coisas desinteressadamente é egoísmo?» Infelizmente, a minha resposta é sim. Quem gosta de ajudar os outros, fá-lo porque experimenta prazer em fazê-lo; sente-se mal com a consciência, se não o fizer.
Definido desta forma não me parece que ser egoísta represente alguma desvantagem ou forma de estar pouco ética. De facto, a nossa consciência pode fazer que aquilo que designo por egoísmo acabe por ser altruísmo, ou seja, extraírmos prazer de auxiliar os outros. No entanto gostaria que ficasse bem claro que, independentemente de a quem mais se beneficie, todas as escolhas do Homem têm como objectivo beneficiar-se a si mesmo, ou seja, obter a satisfação das suas necessidades.
Considere o seguinte exemplo: você está numa loja e tem a possibilidade de «roubar» um relógio, tendo a certeza absoluta de que ninguém o vê fazê-lo. O relógio é muito bonito e você já andava a pensar,há uns tempos, comprá-lo É caro. O que faria você? Roubava-o ou não?
Muitas pessoas seriam incapazes de roubar o relógio porque se ficariam a sentir mal se o fizessem. O que é ques as faria sentir mal? A sua consciência, que mais não é do que um conjunto de valores e princípios morais e éticos que norteiam o comportamento. Outras, porém, não sentiriam o mais pequeno remorso em fazê-lo. Uma coisa, no entanto, é certa., roubasse ou não roubasse, você faria aquilo com que ficasse a sentir melhor (claro que não o roubava, digo eu).
Falando agora de motivação num contexto organizacional, a questão que se pode colocar é porque é que as pessoas se esforçam para fazer um bom trabalho? Bom, por uma série de razões, entre as quais:
. Porque precisam do dinheiro do ordenado para comer,beber, etc.
. Porque ficam felizes quando alguém lhes diz que fizeram um bom trabalho.
. Porque sabem que se fizerem mais e melhor, ganham mais dinheiro ou aumenta a probabilidade de serem promovidas.
. Porque a sua consciência lhes diz que qualquer trabalho deve ser bem feito.
.Porque o serem bons aumenta a sua popularidade entre os colegas.
. porque assim conseguem manter o seu estilo de vida e todos os sinais exteriores de riqyueza que tanto prezam.
. Porque sentem que, aos esforçarem-se, estão a contribuir para o seu próprio desenvolvimento e porque o trabalho representa um desafiao.
. Ou, simplesmente, porque adoram o que fazem.
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