quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

LIDERANÇA PESSOAL - O COMPORTAMENTO AGRESSIVO







Basta olhar à nossa volta. O comportamento agressivo é, hoje, a resposta mais vulgar à frustração. Muitas pessoas, quando frustradas, recorrem à agressão física ou verbal, o que provoca novas agressões, cada vez mais refinadas, num círculo vicioso difícil de quebrar.
  É saudável que uma pessoa deseje vencer obstáculos e procure defender-se dos ataques alheios. Mas a violência é uma forma estúpida de resolver os problemas. Por isso, as pessoas inteligentes optam pela força do diálogo e apostam na sabedoria do autodomínio, da tolerância e do perdão.

Condicionantes da agressividade

  Alguns autores consideram a atitude agressiva como um comportamento natural e espontâneo. Segundo estes, o homem nasce com a tendência para o confronto, com o «instinto de agressão», que o leva a opor-se aos outros através da força e da violência.
  Hoje, a maioria dos especialistas defende que a  atitude agressiva é aprendida no contacto social. Ninguém nasce «programado» para comportamentos agressivos, nem estes se transmitem hereditariamente.
  Embora haja, no homem, alguma predisposição física para  a agressividade, parece mais correto afirmar que a atitude agressiva deriva, essencialmente, da aprendizagem social. «A carga hereditária pode determinar aquilo que poderemos fazer, mas o meio determina aquilo que de facto fazemos».
  Há estudos que demonstram que as crianças educadas com violência manifestam tendência a ser mais agressivas no futuro. Quem é punido aprende a punir!
  Vivemos numa sociedade onde a agressividade continua a ser reforçada, encorajada ou, pelo menos, tolerada. Basta lembrar todo o tipo de castigos violentos, usados para educar e «reeducar» crianças e jovens ou reprimir os que fogem das normas preestabelecidas. Significativo é o exemplo do pai que, ao ver uma disputa entre dois filhos, bate no mais velho para lhe ensinar que «é cobarde bater nos mais fracos»...
  A atitude agressiva tem origem sobretudo na aprendizagem feita no meio em que vivemos e somos educados. Mas nem todas  as pessoas se mostram igualmente violentas, pois existem muitos fatores que condicionam a manifestação da agressividade.
  Entre as condições propícias ao desencadear da resposta agressiva, destaco cinco: a frustração, os complexos de inferioridade, a insegurança, as carências afectivas e a educação permissiva.

  A frustração

  A frustração é um estado de espírito resultante da não satisfação de uma necessidade ou motivação. Em geral, a frustração deriva de obstáculos do meio físico, do meio social ou de ordem pessoal.
  Todos sofremos frustrações. Desde que não sejam em doses excessivas, devem considerar-se saudáveis, pois a adaptação social depende da conciliação entre os interesses pessoais e as normas sociais. As frustrações são vacinas necessárias para aprender a viver com os outros. O problema está no excesso.

  Há pessoas que vivem em estado de frustração permanente, por falta de condições mínimas, como alimentação, saúde e trabalho condigno, ou por falta de sentido para a existência. Nessas pessoas, a resposta agressiva pode ser mais acentuada, embora dependa sempre da personalidade individual.
  Não é forçoso que um frustrado seja agressivo, mas a frustração pode conduzir a descargas explosivas e violentas.

  Os complexos de inferioridade

  Muitas pessoas sofrem do complexo de inferioridade. Desejavam afirmar-se, sobressair, ter um estatuto social privilegiado, mas falharam. Incapazes de triunfar por motivos fisiológicos ou psicológicos e vendo a sua ato-estima em risco, tornam-se agressivas.
  É lícito pensar que  em muitos  casos são devido à incapacidade de vencer e alcançar a superioridade que as pessoas desenvolvem uma «orientação hostil e combativa».

  A INSEGURANÇA

  A insegurança física ou psicológica traz consigo o medo, e o medo não é bom conselheiro. Pressentindo os perigos, a pessoa foge ou ataca, porque lhe  ensinaram que, no jogo como na vida, «a melhor defesa é o ataque».
  É o medo dos outros que alimenta o ódio e a guerra. A nível das grandes potências, esse medo conduz ao equilíbrio da força ou, pior, ao equilíbrio do terror. A nível das relações interpessoais, conduz à desconfiança e às ameaças.
  com a atitude agressiva, o medroso mascara-se de forte para esconder a sua insegurança.

  As carências afetivas

  A educação repressiva, onde não há espaço para o amor nem para o carinho, gera pessoas amargas e duras. 
  Pessoas com carências  afetivas fazem tudo para chamar a  atenção. Podem fazer coisas certas, mas também podem destruir objetos ou atacar os outros. Em muitos casos, a atitude agressiva é consequência direta do sentimento de rejeição e significa o desejo profundo de receber estima e apreço.
  A educação permissiva

  Na educação permissiva há liberdade em excesso. Não há autodomínio nem respeito pelos outros.
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   As pessoas que tiveram educação permissiva habituaram-se a satisfazer todas  as vontades. Tornaram-se individualistas. Apenas se preocupam em defender os seus próprios interesses. Perante as contrariedades, facilmente reagem com agressividade.


 

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