Qual é a melhor maneira de o fazer?
Quero eu dizer, além de que com o dinheiro?
Isso, porque quanto chefe você já viu como o dinheiro é eficaz para
acender "o fogo" motivacional - mesmo com os seus colaboradores que
dizem que o dinheiro não é verdadeiramente importante! De facto, o poder que o
dinheiro tem de transmitir energia às pessoas é tão visto e usado que não
insisto no assunto. Vou falar sobre duas outras formas de motivação
comprovada:
conteúdo de trabalho interessante e colegas de
trabalho agradáveis. Já sabe como estas condições são eficazes na tentativa de
conseguir que os seus colaboradores se dediquem de alma e
coração ao trabalho.
Tal como o dinheiro, são fontes motivacionais informais.
Mas se apenas fossem necessárias três fontes motivacionais informais,
não seria, o enorme desafio que na realidade é.
Então, que mais se pode fazer? Felizmente, existem outras
quatro
ferramentas de motivação que pode libertar, todas não monetárias e
bastante eficazes.
A primeira é fácil: reconhecimento. Quando uma pessoa ou uma equipa
faz algo notável, faça um alarido. Anuncie o feito publicamente, fale sobre ele
sempre que tiver oportunidade. Distribua prémios.
Quando se sugere esta sugestão a grupos empresariais, quase
inevitavelmente alguém se mostra preocupado com quem
não é alvo de
reconhecimento. Podem ficar magoados, dizem, ou desmotivados com tal aparato.
Isto é um disparate; é fazer as vontades ao público errado! Se tiver as pessoas
certas na empresa - isto é, jogadores de equipa competitivos e otimistas
- o reconhecimento público apenas eleva a fasquia para todos.
Uma última nota sobre o reconhecimento, especialmente quando aparece
sob a forma de uma placa com uma inscrição. Este tipo de objetos são todos
ótimos, mas lembre-se que nunca podem ser dados em substituição de dinheiro.
São uma adenda. As placas ganham pó; os cheques podem ser
depositados.
A segunda ferramenta devia ser fácil, mas parece que não é:
comemoração. Digo isto porque, onde quer que vá, pergunto se acha que a
sua empresas comemora suficientemente o sucesso e, geralmente, muito
pouca gente diz que sim. Que oportunidade perdida! Comemorar as vitórias é uma
forma extremamente eficaz de manter as pessoas comprometidas em todo percurso.
E não estou a falar de comemorar apenas as grandes vitórias - estou a
falar de assinalar acontecimentos importantes tais como uma grande encomenda ou
um modo de fazer as coisas que aumente a produtividade ou a satisfação do
cliente. Seja o que for - todos estes pequenos sucessos são oportunidades
de felicitar a equipa e fortalecer os seus espíritos para o desafio que
se segue.
As comemorações não precisam de ser elaboradas ou dispendiosas,
afinal são apenas outra forma de reconhecimento, mas com mais diversão.
Pode ser um churrasco surpresa num determinado dia. Pode ser
bilhetes para um jogo ou para o cinema. Pode ser enviar alguns colaboradores
com melhor desempenho e respetivas famílias para a Disney World etc.
O que nos leva ao que a comemoração não é. Não é ir jantar fora
consigo. Quase mais nada enche os corações dos colaboradores de
terror do que chefe dizer: " Bom trabalho! Hoje vou levar toda
a gente a jantar ao Atlântico!" Os colaboradores passam o dia todo consigo
e podem gostar muito de si, mas não é motivante ser recompensado com uma marcha
forçada para um acontecimento social fora do horário de trabalho, mesmo que a
comida seja boa.
A próxima ferramenta motivacional é verdadeiramente poderosa,
mas só pode ser usada se tiver a certeza absoluta da sua missão. Pode estar a
pensar: "Os chefes não são todos transparentes em relação às missões?
Mas muitas vezes não são. Aliás, é minha convicção que muitos líderes
estão tão ocupados com seu trabalho diário que as suas moções ficam para
segundo plano.
É claro que é inevitável que as crises desviem, ocasionalmente, a
atenção da verdadeira missão, mas para progredir uma equipa tem de entender e
de acreditar para onde vai. Precisa de um objetivo comum, um sentimento coletivo
de finalidade. E é exatamente isso que uma grande missão lhe dá: um sistema de
crenças inspiradoras e arrojadas para conquistar a alma e o coração dos seus
colaboradores. Uma missão permite aos chefes dizer: "Ali está a serra.
Vamos conquistá-la em conjunto!" um grito de guerra motivador, se alguma
vez existiu algum.
A última ferramenta motivacional que vou fazer referência é,
provavelmente, a mais difícil de implementar. Sim para muitos grandes líderes
faz parte do seu "jeito" especial, mas para aqueles menos
experientes é difícil ter sucesso.
Estou a falar de de criar ambiente de trabalho com equilíbrio certo
de realização e desafio. As pessoas precisam de um sentimento de sucesso para
se entusiasmarem com o trabalho. Mas aborrecem-se se também não forem testadas
- isto é, se não estiverem a aprender e a crescer. Por outras palavras, ficam
motivadas quando se sentem come se estivessem no cume da montanha e como se
ainda estivessem a escalá-la.
Muito simplesmente, os chefes que criam empregos com este tipo de
estímulo integrado têm uma vantagem competitiva real. Os seus colaboradores
estão num nível mais à frente em termos de motivação e isso vê-se no seu
desempenho.
Agora, volto ao dinheiro.
É claro que há quem se motive pelas recompensas financeiras,
mas raramente seguem carreiras empresariais. é por isso, quando se pensar em
motivação, temos de pensar em recompensas financeiras em primeiro lugar. É
importante não esquecer, que nem sempre a questão é quanto dá aos seus colaboradores;
por vezes é quanto lhes dá em relação aos seus pares. O dinheiro é uma forma de
registar resultados, mas também a procura de ser o melhor
entre os melhores, faz com que muitos se esforcem um pouco mais. Mostrar
reconhecimento, um sentimento de diversão, um objectivo comum aliciante, uma
atenção individual ao desafio de cada função.
Partilhar com os colaboradores a verdadeira missão e os
valores a que ela estão inerentes, bem como implementar avaliações de
desempenho justas e francas, será sem dúvida uma mudança para melhor.
Jorge Neves