terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

LIDERANÇA PESSOAL - A VIDA É SIMPLES













A vida é simples, mas temos a tendência para complicar ao criarmos aquilo a chamo muitas vezes de "barulho desnecessário", que distrai a nossa mente da concretização dos nossos objetivos. Por isso defendo que fazer menos é, muitas vezes, fazer mais. Isto porque a virtude de fazer menos ajuda-nos a focalizar a nossa atenção e energia nas coisas mais importantes que vão produzir os melhores resultados. A atitude é um ingrediente essencial do sucesso, uma vez que nos permite experimentar e aprender através do caminho que percorremos para atingir os nossos objetivos. Ter uma atitude positiva prepara a  nossa mente para ultrapassar os desafios que enfrentamos até ao objetivo final.


Rafael Febres

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

EMPREGO E CARREIRA - NOVO EMPREGO / FUNÇÃO COM A ANTIGA EQUIPA?












Está tentado a levar consigo alguns colegas da sua antiga equipa, para a seu novo emprego/função?
  Acredito que veja nisso uma vantagem, afinal de contas trabalharam juntos e  eles,  talvez até tenham competências.
  É uma ideia tentadora mas complicada. Respondendo de uma maneira simples: depende dos casos.
  Se gerir uma empresa que exige uma rápida inversão de desempenho num ambiente de mudança e estiver sobrecarregado com uma cultura estabelecida de colaboradores em negação, seria inteligente trazer antigos colegas competentes  em quem confiaria numa situação de perigo. Juntos, farão o trabalho mais depressa e mais facilmente e, com a camaradagem que nasceu a partir de experiências que partilharam no passado, também será muito mais divertido.
   Mas se foi contratado para liderar uma empresa relativamente boa necessita principalmente de uma dose de energia, recrutar vários membros da sua antiga equipa pode criar uma grande desordem, sem benefícios. Não há nada mais desmotivante para uma organização em funcionamento do que uma cabala importada que regularmente lembra: " Era assim que fazíamos na nossa antiga empresa." No pior cenário, esta dinâmica cria uma sociedade de duas classes: os insiders preferidos do chefe e as velhas glórias alienadas.
  Em conclusão. Estude o terreno. Recrute a sua antiga equipa apenas se precisar de uma mudança rápida e se os resistentes não cederem. Se não estiver numa situação de crise, procure os melhores dentro da equipa que herdou e dê-lhes um sentido de finalidade. Pode sentir falta dos seus antigos colegas, mas de certeza que não sentirá falta dos estragos que causariam.

Jorge Neves


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

GESTÃO E LIDERANÇA - A TEORIA DA CONSPIRAÇÃO DENTRO DE UMA EMPRESA

 








Acreditem que as grandes empresas estão crivadas de politiquices de escritório - "O quem se conhece  e não o que se sabe" de tal maneira que muitos são afastados a favor daqueles que assumem uma determinada postura.
  Haver é sempre politiquices  de escritório, mas é exagerado pensar que as grandes empresas estão "crivadas" delas.  Muitas empresas por todo lado  - empresas vencedoras  -  fazem todos os dias tudo o que está ao seu alcance para acabar com este problema. Aliás, estão desesperadas para o fazer. Porquê? Porque todos os gestores com alguns neurónios na cabeça sabem que se vence quando aqueles que têm melhor desempenho  - e não os que "assumem uma determinada postura" - são ouvidos e progridem.  Veja-se a Microsoft e  outras empresas vencedoras e de sucesso, se tivessem nas suas fileiras um bando de palermas bajuladores nas suas equipas, em particular nas de gestão? Nem pensar. Tais empresas de sucesso, apresentam bons resultados porque são  meritocracias, onde a inteligência e o trabalho são mais importantes do que quem beberam uns cocktails com o chefe a semana passada.
   Tenho a convicção pela minha experiência, que as politiquices são sobretudo a esfera de acção  de apenas três tipos de colaboradores.
  O primeiro representa aqueles que detestam chefes. São indivíduos perpetuamente insatisfeitos em quase todas as organizações, que têm desprezo congénito pela autoridade. Faz parte da sua constituição. Vão para o trabalho  todos os dias à procura de intrigas palacianas  e faz dessa campanha resmungar entre dentes  que alguns imbecis indignos progrediram por causa de " conhecimentos".
  Em segundo tipo pertencem aqueles que têm um desempenho fraco e que depois usam as politiquices de escritório para explicar as suas falhas. " Eles mereciam a promoção, mas  Maria consegui-a porque andou na escola com o irmão do chefe" e outros discursos deste género.
  E o terceiro tipo é constituído por aqueles que estão subaproveitados  - os aborrecidos . Como diz o velho ditado: "As mãos ociosas são o reino do demónio." E cérebros ociosos também.
  Tendo em conta quem está por detrás das politiquices de escritório, é fácil perceber por que afecta principalmente as más empresas. As boas empresas trabalham arduamente para afastar este tipo de pessoas, ou para as recolocar no rumo certo. Isso não significa que o consigam sempre, mas nunca param de tentar.

Jorge Neves

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

GESTÃO E LIDERANÇA - BASTA DE ORÇAMENTAÇÃO DA TRETA - ALGUNS PRINCIPIOS E PRATICAS DE GESTÃO










Orçamentação é assim um disparate? Nem por isso - mas contraproducente sim. Vejamos, é necessária de alguma forma de planeamento financeiro: as empresas  têm de controlar os números.
  O que vou falar de seguida tem a ver com a experiência que vivi na Companhia onde trabalhei durante 26 anos.
  O processo de orçamentação - como é feito na maioria das empresas  -  faz-se exatamente o que não deve ser feito.   Escondem-se oportunidades de crescimento. Promovem-se maus comportamentos, em particular quando as condições de mercado  mudam a meio do caminho  e as pessoas ainda tentam cumprir números," E tem-se uma maneira estranha se sugar a energia e o divertimento de uma organização. Porquê? Porque  grande parte da orçamentação está, indo diretos ao assunto, desligada da realidade. É um processo que ganha o seu poder do simples facto de estar institucionalizado, exemplificando: " Bem, é assim que  sempre se fizeram as coisas aqui."
  Não tem de  ser assim!
  Mas, antes de lá chegarmos  -  isto é, a uma forma melhor de fazer orçamentação  -  pense nas coisas que estão erradas na abordagem padronizada.
  O processo geralmente começa no início de Outono. É quando quem está no terreno começa a longa estafa da construção dos planos financeiros direcionando todo o fluxo de informação ou das decisões, dos níveis hierárquicos mais baixos para os níveis hierárquicos mais  altos. Processos estes extremamente detalhados para o próximo ano, para os apresentar aos manda-chuvas da empresa daqui a algumas semanas. O objetivo de quem está no terreno não é declarado, obviamente mas é como um lazer. Querem arranjar metas que têm a certeza absoluta que conseguem atingir, afinal, é assim que são recompensados. Por isso, elaboram planos compostos por várias camadas de conservadorismo.
  Entretanto, de volta à sede, os  executivos estão também a preparar-se para rever o orçamento, com prioridades totalmente opostas. Eles são recompensados por grandes aumentos de vendas e de lucros, por isso querem metas que estiquem os limites.
  Sabe  o que  acontece a seguir? Os dois lados encontram-se numa sala  sem janelas  para um combate que dura dia todo. Quem está no terreno defende que a concorrência é brutal e que a economia é inflexível e, portanto, as receitas podem aumentar, por exemplo, seis por cento. Na sede ficarão com um olhar surpreendido e talvez um pouco irritados; a sua visão do mundo exige que a equipa apresente 14 por cento de crescimento.
  Avancemos rapidamente para o fim do dia. Apesar das indispensáveis queixas e resmunguices durante todo  processo, os números do orçamento serão estabelecidos num valor intermédio. - Dez por cento. E, pouco depois, a reunião acabará com gracejos e apertos de mãos. Só mais tarde quando ambos os lados estiverem sozinhos, é que se irão gabar entre eles do modo como conseguiram que os outros  aceitassem  exatamente os que eles queriam.
  O que  há de errado nesta situação? Primeiro, o que se vê: um compromisso orquestrado. Mas, mais importante ainda, o que não se vê: uma conversa expansiva e rica sobre oportunidades de crescimento, especialmente as de alto risco.
  Essa conversa normalmente não existe por causa do sistema irracional de recompensas acima mencionado. As pessoas no terreno são literalmente pagas para atingirem as sua metas. Se não, levam um murro na cara (ou pior) por não as atingirem. Então, porque razão haveriam de pensar em grande?
  Não o farão - excepto se um novo sistema de recompensas for posto em funcionamento. Um sistema em que o bónus se baseiam  não num número negociado internamente, mas em medidas de avaliação, do mundo real: como foi o desempenho do negócio em comparação com o ano anterior  e com a concorrência.
  Com esse tipo de sistema de medidas de  avaliação, deve-se  ter cuidado. De repente  a orçamentação pode passar de um ritual embrutecedor para um diálogo variado aberto a tudo entre o terreno e a sede, acerca de futuras oportunidades de mercado corajosas. E dessas conversas irão nascer cenários de crescimento que não podem ser chamados de orçamentos. São planos operacionais, repletos de estratégias e táticas de comum acordo para aumentar  as vendas e as receitas, que não eram apostas seguras.
  Como é óbvio, os planos operacionais não são todos desejos e tolices, desprovidos de enquadramentos financeiros. Devem sempre conter um número  - o melhor cenário  - e um abaixo do qual não se espera que a empresa chegue. No entanto, o ponto principal é que esta amplitude  de valores será o resultado de um diálogo sobre realidades do mercado.
  E, porque fazem parte de um diálogo, os planos operacionais podem ser flexíveis e podem mudar durante o ano, se necessário, devido às condições de mercado.
  Na verdade, o único aspeto rígido nesta forma de orçamentação é o valor essencial que exige uma organização  -  confiança. Quem está no terreno tem de acreditar que não vai ser castigado por não atingir as suas metas  e os executivos têm de honrar essa confiança. Entretanto, os executivos têm de acreditar que quem está no terreno está a dar o seu melhor de modo a cumprir aqueles grandes objetivos e quem está no terreno tem de defender essa boa-fé com os seus esforços.

  Com esse "contrato" estabelecido, a dinâmica da orçamentação ganha uma nova vida.

 

Jorge Neves
  


GESTÃO E LIDERANÇA - COMO MANTER OS COLABORADORES MOTIVADOS

 






Qual é a melhor maneira de o fazer?

  Quero  eu dizer,  além de  que  com o dinheiro? Isso, porque quanto chefe você já viu  como o dinheiro é eficaz para acender "o fogo" motivacional - mesmo com os seus colaboradores que dizem que o dinheiro não é verdadeiramente importante! De facto, o poder que o dinheiro tem de transmitir energia às pessoas é tão visto e usado que não insisto no assunto. Vou falar  sobre duas outras formas de motivação comprovada: conteúdo de trabalho interessante  e colegas de trabalho agradáveis. Já sabe como estas condições são eficazes na tentativa de conseguir que  os  seus colaboradores  se dediquem de alma e coração ao trabalho.
Tal como o dinheiro, são fontes motivacionais informais.
  Mas se apenas fossem necessárias três fontes motivacionais informais, não seria,  o enorme desafio que na realidade é.
  Então, que mais se pode fazer? Felizmente, existem outras quatro ferramentas  de motivação que pode libertar, todas não monetárias e bastante eficazes.
  A primeira é fácil: reconhecimento. Quando uma pessoa ou uma equipa faz algo notável, faça um alarido. Anuncie o feito publicamente, fale sobre ele sempre que tiver oportunidade. Distribua prémios.
  Quando  se sugere esta sugestão a grupos empresariais, quase inevitavelmente alguém se mostra preocupado com quem não é alvo de reconhecimento. Podem ficar magoados, dizem, ou desmotivados com tal aparato. Isto é um disparate; é fazer as vontades ao público errado! Se tiver as pessoas certas na empresa  - isto é, jogadores de equipa competitivos e otimistas - o reconhecimento público apenas eleva a fasquia para todos.
  Uma última nota sobre o reconhecimento, especialmente quando aparece sob a forma de uma placa com uma inscrição. Este tipo de objetos são todos ótimos, mas lembre-se que nunca podem ser dados em substituição de dinheiro. São uma  adenda.  As placas ganham pó; os cheques podem ser depositados.
  A segunda ferramenta devia ser fácil, mas parece que não é: comemoração. Digo isto porque, onde quer que vá, pergunto  se acha que a sua empresas comemora suficientemente o sucesso e, geralmente,  muito pouca gente diz que sim. Que oportunidade perdida! Comemorar as vitórias é uma forma extremamente eficaz de manter as pessoas comprometidas em todo percurso. E não estou  a falar de comemorar apenas as grandes vitórias - estou a falar de assinalar acontecimentos importantes tais como uma grande encomenda ou um modo de fazer as coisas que aumente a produtividade ou a satisfação do cliente. Seja o que for - todos estes pequenos sucessos são oportunidades  de felicitar a equipa e fortalecer os seus espíritos para o desafio que  se segue.
  As comemorações não precisam de ser elaboradas ou dispendiosas, afinal são apenas outra forma de reconhecimento, mas com mais diversão.
   Pode ser um churrasco surpresa num determinado dia. Pode ser bilhetes para um jogo ou para o cinema. Pode ser enviar alguns colaboradores com melhor desempenho e respetivas famílias para a Disney World  etc.
 O que nos leva ao que a comemoração não é. Não é ir jantar fora consigo. Quase mais nada enche os corações  dos colaboradores de terror  do que chefe dizer: " Bom trabalho! Hoje vou levar toda  a gente a jantar ao Atlântico!" Os colaboradores passam o dia todo consigo e podem gostar muito de si, mas não é motivante ser recompensado com uma marcha forçada para um acontecimento social fora do horário de trabalho, mesmo que a comida seja boa.
  A próxima ferramenta motivacional  é verdadeiramente poderosa, mas só pode ser usada se tiver a certeza absoluta da sua missão. Pode estar a pensar: "Os chefes não são todos transparentes em relação às missões? Mas  muitas vezes não são. Aliás, é minha convicção que muitos líderes estão tão ocupados com seu trabalho diário que as suas moções ficam para segundo plano.
  É claro que é inevitável que as crises desviem, ocasionalmente, a atenção da verdadeira missão, mas para progredir uma equipa tem de entender e de acreditar para onde vai. Precisa de um objetivo comum, um sentimento coletivo de finalidade. E é exatamente isso que uma grande missão lhe dá: um sistema de crenças inspiradoras e arrojadas para conquistar a alma e o coração dos seus colaboradores. Uma missão permite aos chefes dizer: "Ali está a serra. Vamos conquistá-la em conjunto!" um grito de guerra motivador, se alguma vez existiu algum.
  A última ferramenta motivacional que  vou fazer referência é, provavelmente, a mais difícil de implementar. Sim para muitos grandes líderes faz parte do seu "jeito" especial, mas para  aqueles menos experientes é difícil ter sucesso.
  Estou a falar de de criar ambiente de trabalho com equilíbrio certo de realização e desafio. As pessoas precisam de um sentimento de sucesso para se entusiasmarem com o trabalho. Mas aborrecem-se se também não forem testadas - isto é, se não estiverem a aprender e a crescer. Por outras palavras, ficam motivadas quando se sentem come se estivessem no cume da montanha e como se ainda estivessem a escalá-la.
  Muito simplesmente, os chefes que criam empregos com este tipo de estímulo integrado têm uma vantagem competitiva real. Os seus colaboradores estão num nível mais à frente em termos de motivação e isso vê-se no seu desempenho.
  Agora, volto ao dinheiro.
   É claro que há quem se motive pelas recompensas financeiras, mas raramente seguem carreiras empresariais. é por isso, quando se pensar em motivação, temos de pensar em recompensas financeiras em primeiro lugar. É importante não esquecer, que nem sempre a questão é quanto dá aos  seus colaboradores; por vezes é quanto lhes dá em relação aos seus pares. O dinheiro é uma forma de registar resultados, mas  também a procura de  ser o  melhor entre os melhores, faz com que muitos se esforcem um pouco mais. Mostrar reconhecimento, um sentimento de diversão, um objectivo comum aliciante, uma atenção individual ao desafio de cada função.
  Partilhar com os colaboradores a verdadeira missão  e os  valores a que  ela  estão inerentes, bem como implementar avaliações de desempenho justas e francas, será sem dúvida uma mudança  para melhor.


Jorge Neves