A forma mais breve de memória é a sua memória sensorial, que, em pouco tempo, recebe imputs de todos os seus sentidos. Em qualquer momento, há tanta informação a entrar, que a memória sensorial a retém durante o tempo suficiente para o seu cérebro seleccionar o que é útil e descartar o resto. É isto que lhe permite ver, ouvir e sentir algo momentaneamente depois de ter terminado.
Por exemplo, à noite pode escrever o seu nome no ar com uma luz porque, se for suficientemente rápido, será capaz de ver a última letra apesar de os seus olhos ainda manterem a memória sensorial da primeira. Esta memória visual designa-se por «memória icónica».
Se alguma vez passou pela experiência de pensar que não ouviu alguma coisa e depois, no momento em que está prestes a pedir que seja repetido, lembra-se de que afinal ouviu, esse é o som, ou eco, da sua memória sensorial a trabalhar, permitindo-lhe uma repetição.
Memória de Curto prazo e Memória de Longo prazo
A sua memória pode trabalhar no curto e longo prazo. A sua memória de curto prazo consiste no armazenamento de informações durante alguns segundos, minutos ou, no máximo, horas. É a memória que utiliza quando procura um número de telefone na sua agenda e se lembra dele apenas durante o tempo suficiente para o marcar no seu telefone. É essencial para o funcionamento do dia-a-dia; muitos psicólogos preferem designá-la por «memória funcional».
É a memória de curto prazo que permite relembrar-se do início de uma frase na sua cabeça enquanto ouve o resto. Também funciona como filtro, armazenando apenas informação que aparentemente seja importante e bloqueando as informações supérfluas que estão permanentemente a entrar através dos seus sentidos.
De certa forma a memória funcional é um pouco como a RAM de um computador. Apesar de reter apenas informações suficientes para desempenhar tarefas, estas desaparecem assim que o computador é desligado. Neste tipo de memória, os neurónios conseguem funcionar muito bem com as proteínas que já existem nas sinapses. Porém para armazenar uma memória de longo prazo, os neurónios têm de fabricar novas proteínas. Uma investigação recente sugere que o fabrico destas proteínas é originado por uma proteína designada por CREB, que, aparentemente, parece estar também envolvida numa série de alterações de longo prazo no funcionamento do cérebro, como os ajustes a fazer no seu relógio biológico após um jet lag
Jorge Neves
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