Após a sua carreira profissional e eis que chegou a altura em que os seus netos lhe pedem conselhos sobre os seus rumos educativos e profissionais... o que lhes diria?
Sempre que esta questão é suscitada, há uma imagem forte que me vem à memória. É a imagem de uma amiga minha que foi encorajada (ela diria "empurrada") pelos pais para ser médica. Naquela altura, tirar o curso de Medicina era como ganhar a lotaria, mas com mais respeito incluído. Então essa minha amiga seguiu o plano. Os seu pais aplaudiram; ela continuou corajosamente.
Avancemos rapidamente até ao presente. A minha amiga tira fotografias como modo de vida. Abandonou a sua carreira de vários anos como neurologista quando tinha 45 anos, a dizer: "A vida é demasiado curta para passarmos os dias a fazer uma coisa que não gostamos".
É isso que aconselharia que dissesse aos seus netos.
Mas compreendo que em cada Era existe algo que vai mudar o mundo. Nos anos 70, os universitários eram pressionados para estudar Geologia, para aproveitarem o crescente número de oportunidades na exploração de petróleo e gás. Nos anos 80, o investment banking e a consultoria eram minas de ouro do futuro e, nos anos 90, o lema colectivo era: "Agarra a Internet, jovem." Afinal, não eram coisas más. As indústrias do petróleo e do gás continuam a florescer. O investment banking e a consultoria continuam a crescer, criando fortunas para muitos. E a Internet, após ter sentido um período de quebra, está forte e a fortalecer-se ainda mais.
Hoje em dia, todas as setas apontam em direcção às indústrias da biotecnologia, da nanotecnologia e das tecnologias da informação; para a convergência delas. É onde o crescimento e o maior entusiasmo provavelmente residirão nas próximas décadas.
Mas estes dados são apenas importantes se os seus netos gostarem de ciências ou tecnologia que nunca se cansam de aprender mais sobre alguma delas , ou ambas.
Se não gostarem, devem seguir o conselho valioso da minha amiga: a única carreira que vale a pena seguir é aquela que nos inspira.
Por isso, fale com os seus netos acerca do que vai mudar no mundo, mas diga-lhes com mais entusiasmo que devem fazer o que gostam. Diga-lhes para agarrarem a carreira que alimenta o cérebro, o coração e a alma, e lhes dá significado. Diga-lhes que, mais cedo ou mais tarde, o dinheiro aparecerá e, se não aparecer, com o tempo, verão que estão ricos com o que o dinheiro não pode comprar.
E isso, obviamente, é a felicidade.
Jorge Neves
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