terça-feira, 7 de junho de 2011

REFLEXÕES POLÍTICAS - APANHE A GLOBALIZAÇÃO ANTES QUE ELA O APANHE A SI

 






Como deve uma empresa tradicional - com as suas estruturas sólidas, processos rígidos e colaboradores de longa data - mudar de modo a competir com a ágil concorrência global que surge de todo lado?  

Primeiro, se  a sua empresa ainda não estiver cercada pela concorrência global, você está demasiado calmo.
Não há problema, por agora. Mas prepare-se, porque o facto de a "guerra" ainda não ter começado oficialmente vai dificultar mais o avanço do seu trabalho do que se a sua empresa estivesse com um problema publicitado. As transformações organizacionais, especialmente do género " admirável mundo novo", exigidas pela concorrência global, quase nunca acontecem excepto se as pessoas realmente sentirem necessidade disso.
A sobrevivência é um grande fator de motivação.
Se não existir uma crise, todos gostam do modo como as coisas funcionam! Uma burocracia como a sua, na realidade, pode ser um " banho quente " . Nunca se quer sair de lá. E certamente  não tem a mínima vontade de saltar para  a água gelada, que é como vão parecer no início os comportamentos radicalmente diferentes exigidos pela concorrência global. Afinal, as organizações globalmente competitivas devem ser horizontais, rápidas e transparentes. Uma comunicação informal e franca é obrigatória, assim como uma forma de pensar na qual se anda constantemente à procura das melhores práticas dentro e fora da empresa.
Visto que as pessoas não vão saltar para a água gelada, precisam de um empurrão. É por isso que você, ou qualquer outro líder que tenta estimular a mudança, tem de arranjar argumentos convincentes - e de tornar o caso pessoal. Os seus colaboradores mudarão quando, e apenas quando, virem que novos comportamentos irão melhorar a empresa e, mais importante ainda, a sua própria vida.
Portanto, seja decidido e pormenorizado. Use a maior quantidade de informação que conseguir reunir sobre a dinâmica industrial, as margens de lucro, as tecnologias emergentes, as tendências políticas - seja o que for - com o objetivo de encontrar dois cenários, um sobre aquilo em que a empresa se tornará caso não mude e um outro caso mude. Contraste o encerramento da fábrica com oportunidades de crescimento dentro e fora do país; a perda de emprego com trabalho mais interessante entre outros.
A seguir, comece uma campanha. Fale, fale, fale. Não acreditar em- ou não absorver-uma mensagem difícil à primeira ou à segunda  faz parte da natureza humana. Terá de repetir o seu argumento até lhe começar a faltar o ar e depois voltar a repeti-lo.
Mais tarde, porém, se o seu argumento for suficientemente convincente, os comportamentos irão mudar. Mudarão mais depressa se os elogiar e enaltecer publicamente onde quer que  aconteçam, e ainda mais depressa se recompensar quem demonstre mudar.
Por falar em pessoas, duas outras ações irão ajudar a sua transformação a ter como resultado uma empresa à altura dos desafios de um mercado sem fronteiras. Primeiro, certifique-se de que começa a recrutar e a promover verdadeiros crentes - os que acreditam totalmente na mudança e que irão também tentar persuadir os outros. E, em segundo lugar, certifique-se de que começa a eliminar os resistentes que não se  conseguem separar dos bons velhos tempos, por  mais que tente convencê-los. Sim, alguns deles podem fazer o trabalho de modo satisfatório, mas deviam estar a trabalhar noutro lado.


Ou seja, numa das poucas empresas por aí que não têm concorrência global.


Jorge Neves








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